1. Vasco Parracho, ser tri-campeão é um feito notável no campeonato Kartspelosares, porque representa 6 anos no topo. Este foi o campeonato mais difícil de todos para o piloto de Linda-a- Velha, pela primeira vez não houve uma prova à chuva onde é especialista, o kartódromo de Almeirim onde venceu 3 das 5 provas realizadas desde 2012 foi encerrado e não fez parte do campeonato pela primeira vez, o confinamento dificultou a sua gestão do peso, e a oposição de João Moço que se afirmou como o mais forte dos seus adversários dos últimos anos. Essas adversidades obrigaram o mais velho dos Parrachos a lutar por todos os pontos, e apesar de só ter vencido uma vez, fez prestações de grande abnegação sem nunca ter cometido um erro grave, com exceção para os dois maus arranques no Carregado. Em Fátima com excesso de peso não teve andamento para acompanhar Moço apesar de um duelo aceso no inicio da prova e acabou a prova a defender-se de forma magistral dos ataques de Tomás Silva(que ficou registado em vídeo) para segurar o segundo lugar. No Campera invertido, o arranque falhado obrigou-o a degladiar-se com o irmão e o Luis Paulo até a meio da prova, até conseguir assumir a liderança e impor os seu ritmo.
Contudo a prova onde revelou toda sua capacidade de sofrimento, experiência e calculismo, foi Palmela. Apesar de guiar um Kart pouco colaborativo, que o colocou apenas no nono lugar da grelha,mas com muito engenho e paciência quase concluiu a prova no pódium e praticamente ficou inalcansável nas contas do título. Na Batalha teve as provas de menor brilho, embora parecendo estar a minimizar os estragos nunca esteve ao nível de João Moço. Finalmente chegava o dia da última prova e da decisão do título. No duelo final, Vasco Parracho mostrou todas as suas capacidades, principalmente a capacidade de guiar sobre pressão, de não bloquear perante as adversidades e conseguir manter uma série de estratégias alternativas conforme o desenrolar da prova. O Arranque poderia ter sido fatal nas suas aspirações pelo título, já na saída das boxes antes da qualificação o piloto queixou-se que o Kart demorava a arrancar, o problema foi aparentemente resolvido ainda nas boxes, mas viria a repetir-se no arranque, para além disso um arranque muito rápido das filas posteriores fizeram-no afundar-se num pelotão de karts...à semelhança de Lauda em 84 no Estoril e Senna em Suzuka em 88, o campeão em título não baixou os braços e arriscou tudo num circuito estreito onde é muito difícil ultrapassar faria uma das recuperações mais sensacionais da história dos KPA, com o bónus de ser uma escalada rumo ao título.
2. João Moço, é sem dúvida a grande força em ascenção no campeonato, e quando se perde o título por 1 ponto, obviamente merecia que este titulo fosse partido em duas partes. Na primeira prova foi imperial, largou na pole, foi surpreendido na primeira volta por Vasco Parracho, mas viria a recuperar a liderança duas voltas depois para não mais a largar com largo avanço sobre a concorrência. A sua ausência na segunda prova por ter contraído o vírus da moda, teve obviamente impacto na decisão do título, ainda mais porque o seu principal adversário aglomerou 26 pontos da vitória e da melhor volta. Em Palmela teria a sua pior prova, com um carro pouco competitivo, andou pelo meio do pelotão, mas um pião fez-lhe perder pontos para Vasco Parracho que ainda se debatia mais atrás com dificuldades de andamento. Na jornada dupla da Batalha esteve magistral, com 2 poles, duas melhores voltas, e liderança do principio ao fim sem nunca ver ameaçada a vitória. Finalmente chegava a oportunidade de ser campeão KPA na última prova, e só não o foi porque Vasco Parracho fez a melhor volta e uma recuperação surpreendente. Certamente terá outras oportunidades de carimbar um título que já merecia, rápido em qualificação, e muito consistente em corrida é já um dos melhores pilotos de sempre da história dos KPA, sendo o segundo no ranking com mais vitórias, seis.
Estreante no campeonato, começou por obter um promissor sexto lugar em Fátima, contudo Marco Lopes deu nas vistas logo à 3.ª prova, em Palmela, largando na pole, liderou destacado de ponta a ponta e fez a melhor volta enquanto os principais favoritos se deparavam com dificuldades a meio do pelotão. Chegou à prova da Batalha com hipóteses de discutir o título, mas as prestações de V. Parracho e J. Moço retiraram-lhe matemáticamente essa possibilidade. Contudo com mais conhecimento das várias pistas do campeonato irá com certeza ser um sério candidato a mais vitória e ao título.
Luis Ranito, após uma época de ausência, iniciou este campeonato claramente fora de forma, mas ao longo das várias provas começou a aproximar-se do nível que fez dele vice-campeão em 2016-17. A sua melhor prestação foi claramente em Palmela com o terceiro lugar, que por pouco não foi segundo.
Esperemos que na próxima época consiga alcançar a consistência e a rapidez que sempre o caracterizou.
Rui Lopes, foi uma agradável surpresa neste campeonato. Foi escalando etapas ao longo da época.
Após um segundo lugar na qualificação em Palmela, faria a sua melhor prova na Batalha(no sentido inverso), intrometendo-se na luta entre Moço e Parracho nas primeiras voltas. O pódium falhou por pouco, mas certamente estará para breve.
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