Sobre o campeonato, este ano não foi tão disputado roda a roda como em 2016/17, mas foi o mais competitivo de sempre uma vez que chegou à última prova com a menor diferença pontual de sempre, criando muita expectativa até ao fim. Se é um facto que a ponta final fortíssima de Vasco Parracho desequilibrou a balança a seu favor, até à penultima prova assistimos a um campeonato muito renhido em que ninguém apostava previamente num vencedor. Os três primeiros lugares pareciam estar decididos à partida, mas a vitória era uma incógnita. Como campeonato de referência do karting amador nacional, foi determinado nos pormenores , nas boas qualificações, nos arranques, na gestão dos pneus, nas dobragens e na pilotagem à chuva. Felizmente este foi o primeiro ano em que todos os candidatos ao título disputaram todas as provas e as falhas mecânicas não foram determinantes no desfecho final, o que tornou este o campeonato mais desportivo de sempre de KPA.
Sobre o TOP5 que recorde-se dá direito aos pilotos que alcançarem os 5 primeiros lugares de participarem diretamente no tão prestigiante e competitivo " Nacional kart" e na respetiva "Taça Inter-troféus". Este campeonato já contou com a participação de pilotos nossos, nomeadamente Armando Larcerda, Pedro Bap e Luis Ranito. Para quem estiver interessado segue o link do anúario:
https://issuu.com/paulopink/docs/anuario19_20?fbclid=IwAR1xsi0x4VZ58IjxlPB7mpTmUz6Hg5ekdxH25PSbSfkR6LwqfcUklybJyWQ
Assim o TOP5, 2018/19:
1º LUGAR:
Tornou-se o primeiro bi-campeão de KPA e com todo o mérito, a época começou da melhor maneira com uma vitória categórica à chuva em Palmela, embora em condições de aderência mínimas (das 3 provas disputadas à chuva neste circuito esta foi onde o andamento do vencedor foi o mais lento).
Contudo as duas provas seguintes não seriam tão bem sucedidas. Em Fátima terá sido a sua prova mais tática, logo na primeira volta percebeu-se que o seu kart não tinha um motor capaz de acompanhar o grupo da frente constituido por André Parracho, João Moço e Luis Paulo, rodando cerca de 2 segundos mais lento do que estes... Percebeu que seria uma corrida de sofrimento, mas que teria de minimizar os danos arrecadando o máximo de pontos possível para o campeonato. Conseguiu durante as primeiras voltas segurar Rui Balula, mesmo enfrentando as longas retas de Fátima, até que quando chegou a altura de enfrentar retardatários conseguiu usar toda a sua experiência e garra para ganhar algum terreno que conseguiu gerir até ao final da corrida. No final da prova alcançou o quarto lugar, fazendo a 4ª pior volta da corrida num total de 11 pilotos que concluíram a prova, tendo referido que o kart era tão lento que ao longo de uma volta só tinha que levantar o pé por uma vez!
Na prova seguinte no Carregado, largou na 3ª posição e fez o seu pior arranque de sempre, perdendo 3 posições, para se envolver ainda na primeira volta num toque com Pedro Bap perdendo ainda mais contacto para os seus dois principais adversários no campeonato. Contudo não baixou os braços e demonstrou porque é um piloto tão consistente, rápido e determinado nas dobragens. Ao fim de duas voltas já estava em terceiro tendo ultrapassado Luis Paulo, Rui Balula e Pedro Bap embora com uma desvantagem de 5 segundos para o duo da frente. Nas voltas seguintes empenhou-se na perseguição aos lideres e a poucas voltas do fim já estava encostado em João Moço, contudo numa tentativa de ultrapassagem mais ambiciosa quase saiu de pista perdendo o contato definitivamente e terminando no último lugar do pódium.
A renovação do título começava a ficar nublada, e apresentou-se na segunda metade do campeonato em Almeirim com 9 pontos de desvantagem para o irmão e 6 para Moço. Só lhe interessava um resultado, vencer... foi o que fez, numa prova exemplar. Largando na pole num dos circuitos onde venceu por mais vezes, impôs um ritmo fortíssimo logo de ínicio, forçando o seu irmão (o único a conseguir acompanhá-lo), a colocar duas rodas fora da pista logo no final da 1ª volta e a perder definitivamente a possibilidade de disputar a vitória.
Em Leiria após ficar "preso" nas últimas voltas da qualificação, largaria apenas do 4º lugar, contudo faria a primeira volta mais espetacular de sempre do KPA , passando pelo meio de André e Luis Paulo, para duas curvas depois ultrapassar o líder, João Moço. Durante toda a prova manteve-se na liderança sem nunca ser atacado, mas a sua determinação nas dobragens causou-lhe danos, pois quando se preparava para dobrar um retardatário, este rodou e obrigou-o a ir á terra... perdendo a prova, embora chegando à liderança no campeonato após uma disputa aguerrida com o irmão.
O campeonato passava pela sua fase mais quente com Moço de volta à luta pelo título, com uma diferença de 4 pontos entre os 3 primeiros. Contudo Vasco destacou-se com grandes desempenhos nas últimas duas provas, largando na pole e liderando de ponta a ponta, para alcançar o título e batendo recordes atrás de recordes. Combinando rapidez , capacidade de adaptação, consistência e destreza à chuva e principalmente pela sua força mental na ponta final do campeonato foi o justo campeão 2018/19.
2º LUGAR
O campeão de 2014/15, fez a sua época em que amealhou mais pontos, o que reflete a sua consistência e sentido tático, no entanto voltou a não alcançar o seu objetivo principal esta época, sendo premiado com uma vitória, uma pole, o record de pódiums numa época (terminou sempre no pódium) e o título de vice-campeão. A época começou com um segundo lugar em Palmela numa prova em que uma má qualificação obrigou-o a envolver-se num grupo de pilotos mais lentos à chuva, perdendo o contacto com o irmão. Em Fàtima teria a sua única vitória da época, numa prova cheia de garra em que levou a melhor sobre João Moço, numa ultrapassagem inteligente e audaz a poucas voltas do final. Na prova seguinte terá tido o seu pior momento psicológico da época, pois a desforra de João Moço não se fez esperar, tendo-lhe roubado a vitória na última volta do Campera, após sair da pole e liderar a prova do princípio até quase ao fim. Contudo chegava a meio do campeonato com uma vantagem pontual mais confortável desde que o campeoanto se iniciara.
Em Almeirim fez uma corrida suada, mantendo Rui Balula (com considerável vantagem por não ter atingido os 80kgs de lastro por falta de pesos no kartódromo),atrás de si, mas não conseguindo dar réplica a Vasco Parracho. Em Leiria perde a liderança do campeonato após uma prova eletrizante, em que terminou na 3ª posição. Na penúltima prova e possivelmente a mais determinante do campeonato, calhou-lhe a fava, num kart mais lento, nunca tendo andamento para o irmão e para João Moço, mantendo-se à frente de Rui Balula e Luis Paulo com muito esforço e até alguma sorte. Na última prova, a participação de Luis Ranito à ultima da hora, deu-lhe um novo alento na luta pelo título, uma vez que dos três candidatos era dos pilotos com melhores resultados em Palmela, tendo de vencer e esperar que Vasco não subisse ao pódium, o que com a participação de Luis Ranito poderia ser uma forte possíbilidade ( dado o mau historial de Vasco em Palmela no seco..). Contudo a meterologia não esteve do seu lado, e contrariando as previsões caiu um diluvio em Palmela...mesmo sendo o único actualmente capaz de dar réplica ao irmão na chuva, e mesmo fazendo uma bela prova, chegando a passar Vasco durante duas curvas da primeira volta, teve de se contentar com o seu segundo vice-campeonato. È no entanto o piloto com mais pontos arrecadados na história dos campeonatos KPA.
3º LUGAR
Não se pode dizer que foi a revelação da época, dadas as provas de qualidade prestadas na época de 2014/15, mas na sua primeira época completa disputar o título até à última prova revela a capacidade deste piloto. Não conhecendo circuitos como Almeirim, Leiria e Campera invertido, foi sempre competitivo, com exceção de Almeirim onde um Kart com muitos problemas quase o tirou da luta pelo título. Nas provas de Palmela a falta de experiência à chuva não o impediram de subir ao pódium, batendo o mais experiente em piso molhado Luís Ranito. Dono de uma pilotagem suave, conserva muito bem a temperatura dos pneus, tendo habitualmente finais de prova muito fortes. Isso verificou-se em Fátima e Campera, onde alcançou a sua primeira vitória já na última volta, obtendo nessa fase do campeonato a sua posição pontual mais forte, a apenas 3 pontos de André Parracho. Em Almeirim, com um kart mais fraco, e o desconhecimento da pista, terminou em sexto, quase atirando a toalha ao chão no campeonato. Na prova seguinte, Leiria, esperava-se mais dificuldades de adaptação à pista em comparação com os irmãos Parrachos, que já lá disputaram várias provas.
No entanto o destino sorriu-lhe e o circuito apresentou-se com o traçado alterado, retirando essa vantagem aos seus rivais, carimbou a pole e beneficiou do incidente de Vasco Parracho com um retardatário para vencer e reentrar na luta pelo título. Na penúltima prova, adaptou-se rapidamente ao circuito invertido do Carregado, mas a má qualificação fê-lo perder desde muito cedo o contacto com Vasco Parracho, contudo obrigou este a manter-se nos limites até ao final da prova.
Na última prova, tal como André, poderia ter obtido outro resultado caso não chuvesse, mas teve de se contentar com o terceiro lugar na prova e no campeonato. Na próxima época promete ser ainda mais competitivo, já conhecendo todos os circuitos e já acumulando mais voltas em piso molhado.
4º LUGAR
Foi o campeão dos outros... mas a sua ambição irá certamente mais cedo ou mais tarde levá-lo a patamares mais altos, pois a sua evolução é notória. Teve como principal prémio o pódium em Fátima e a melhor volta em Palmela à chuva. Mas as suas melhores performances foram em Leiria onde terminou bem perto dos 3 habituais, e na qualificação do Campera invertido, onde pela primeira vez largou da primeira fila.
A boa prestação em Leiria, num circuito que ninguém conhecia é um bom indicador da sua capacidade, e a excelente qualificação no Campera invertido, demonstra que é um piloto com apetência para circuitos mais lentos e técnicos. Foi vitima de alguns incidentes na prova do Campera convencional com Pedro Bap e posteriormente na prova do sentido inverso quando tinha o pódium ao seu alcance, alguma sorte e mais calma irão certamente dar frutos nas próximas corridas. Isso aplica-se também nas provas à chuva, pois o promissor inicio de prova em Almeirim em 2016/17 e a melhor volta na última prova deste ano são indicadores que o melhor ainda estará para vir.
5º LUGAR
Estreou-se na época passada no Bombarral, tendo obtido o sétimo lugar. Esta época cumpriu a sua primeira época completa, não conhecendo nenhum dos circuitos do calendário! Um pódium em Almeirim foi o seu grande prémio bem como a entrada por mérito próprio neste TOP5. Na prova de Fátima deu trabalho a Vasco Parracho, na prova seguinte no Campera a Pedro Bap, para em Almeirim realizar a sua melhor prestação, quase obtendo o segundo lugar, obrigando André Parracho a arregaçar as mangas. Leiria terá sido a sua pior prova com alguns incidentes numa pista estreita e com muitas dobragens. No Campera invertido terminou em quarto relativamente próximo de André Parracho. As provas à chuva foram penalizadoras para o seu campeonato, mas a experiência neste campo também era pouca. Boas perspectivas para a próxima época.