2-4-2022. O GP de Évora foi dos mais disputados entre os dois candidatos ao título João Moço(atual líder do campeonato) e Vasco Parracho ( atual campeão e atualmente segundo classificado no campeonato.
Talvez por isso também acabou por ser dos mais polémicos na história do campeonato KPA, após 4 provas em que estes dois pilotos praticamente estiveram num duelo privado e leal durante quase todas as voltas,( muitas delas lado a lado)... desta vez a luta foi mais acérrima e passou mesmo por uma decisão dos comissários de pista que culminou com uma penalização de 5 segundos a Vasco Parracho.
Na qualificação Moço largou na frente com caminho livre e aproveitou para carimbar a pole position, apenas 1 décimo à frente de Vasco Parracho. Contudo no final da qualificação, Vasco Parracho queixou-se que não conseguia chegar totalmente aos pedais, o comissário de pista inexplicávelmente decidiu que não havia nada a fazer, apesar de ter inclinado os pedais de outros pilotos...apesar de alguma fogosidade de Parracho na prova, este fator teve um peso grande no caso da corrida.
No arranque os dois dispararam na frente e afastaram-se imediatamente do restante pelotão, com Moço na liderança e Vasco Parracho sempre próximo. Na segunda volta dá-se o primeiro contacto na travagem para o gancho da reta que antecede a reta da meta. Ambos travam tarde, derrapam os karts em demasia e Vasco Parracho acaba por passar para a frente, contudo na volta seguinte após a primeira curva, volta a ter um ligeiro toque e Moço volta a assumir a liderança. Nas voltas seguintes, Vasco Parracho mantinha-se em perseguição de Moço mas sem nunca ameaçar a liderança. A meio da prova Vasco sai mais rápido da última curva antes da reta da meta e mete o kart por dentro na sempre complicada primeira curva, o campeão em título trava tarde e dá um ligeiro toque na traseira de Moço que perde o controlo do Kart e derrapa à sua frente, contudo tentando redimir-se do erro Vasco Parracho não tenta contornar o kart de Moço e abdicou da liderança.Contudo apesar deste gesto na volta seguinte o comissário de pista resolveu mostrar a bandeira preta e branca ao piloto que interpretou como sendo um aviso. A partir daí Vasco Parracho limitou-se a manter a pressão sobre Moço à espera de um erro ou de uma dobragem, contudo a três voltas do fim voltou a ameaçar a liderança e após o primeiro gancho da reta paralela à meta colocou-se lado a lado com Moço, na curva seguinte(um cotovelo para a esquerda que antecede a parabólica para a direita), cortou primeiro que moço o corretor, deixou-lhe pouco espaço na curva seguinte e consumiu a ultrapassagem. Moço nesta manobra perderia algum tempo e perdeu a hipótese de discutir a prova até ao final com Vasco Parracho, que duas voltas depois cortava a meta com 2 segundos de avanço sobre Moço. O grupo perseguidor manteve-se muito disputado até perto do final da prova, altura em que Rui Lopes voltou a mostrar a sua grande forma e se isolou de Balula, Ranito e Luis Paulo, carimbando o seu segundo pódium consecutivo. O estreante no campeonato João Liquito ficou em sétimo, à frente de Artur Ferreira, Pedro Carvalho e do regressado André Gomes. Luis Carvalho, José Eduardo e Alexandre Miranda completaram respetivamente a classificação final. Contudo as posições finais ainda não estavam definidas e após sair do Kart Vasco Parracho foi informado de uma penalização de 5 segundos no incidente com Moço. Apesar de ter tentado explicar ao comissário que o toque aconteceu devido ao facto de não conseguir travar de forma continua e necessitar de dar vários toques no travão para conseguir uma travagem eficaz, tal como denunciou antes do inicio da prova, a penalização foi mesmo aplicada e Moço carimbou assim a sua segunda vitória no campeonato. Nas contas do campeonato, apesar da recuperação pontual de Vasco Parracho nas últimas 3 provas, João Moço alargou a sua vantagem no campeonato para 19 pontos, sendo que com 3 provas para o final tudo está ainda em aberto nas contas do título.Rui Lopes ascendeu à 3.ªposição e Rui Balula à 6.ºApesar de alguma insatisfação inicial de Vasco Parracho e após uma conversa mais acalorada com o comissário de pista, a tarde terminaria de forma tranquila no sempre recomendável restaurante "Dona Inês II" onde Moço e Parracho tiveram oportunidade de conversar sobre o incidente, preservando a amizade que sempre os caracterizou e que permitiu nos últimos 5 anos uma competitividade muito renhida mas sempre saudável e cordeal. Cordealidade que certamente se manterá até ao final do campeonato. Em breve teremos os vídeos e a B.D da prova.
